domingo, 10 de novembro de 2013

Instalação e Pós Instalação - Arch Linux

  O Arch é um sistema que “bota medo” nas pessoas, por que? Eu não sei te responder, realmente, ele me botava medo, hoje eu uso ele de boa, então, é largar a mão de ser viado, fazer o download e seguir a wiki, tem coisa mais fácil? Sim, tem, esse tutorial, vamos seguindo.
Aqui eu pretendo ensinar a vocês, a instalação do sistema básico, drivers (somente os open source, não tenho placas nvidia e nem ati então), instalação do X, alguns programas “indispensáveis”, usar o AUR, instalação de uma interface gráfica, configuração de rede (óbviamente, isso faz parte da instalação básica duuh), utilização do pacman e é isso ai.






Baixando a Distro

 A maneira mais estupidamente óbvia seria ir ao site da distro e clicar em download, mas, o Arch não segue versão (é isso mesmo, não tem lá o Arch Linux Quantal Quantzal e Sauncy Salamander, exemplo), ao invés disso, é lançada uma iso dentro de um certo período, contendo tudo que tem atualmente atualizado, ou seja, você pode baixar a iso de 2010 (exemplo) e ter o conteúdo da iso desse mês, ok? É uma distro rolling release, o que quer dizer que, você sempre tem a mais nova versão, sem formatar, pegue como o exemplo o ubuntu, uma versão a cada 6 meses, formatar a cada 6 meses é o meu pau de óculos, alguns esperam as LTS's, eu uso rolling release, continuando.
Vamos ao servidor do arch linux, baixar a iso mais atual:
Como eu disse, pode baixar qualquer uma, mas baixe a mais nova, é burrice perder tempo fazendo atualização que você pode pegar direto na iso não é mesmo? Uma coisa extremamente foda do Arch, ele é dual Arch (oi), o que diabos é isso Pylm? Quer dizer que, ao mesmo tempo, você tem a iso de instalação da versão 32 e da 64 Bits! Agora para de enrolar e vamos instalar isso ok.


Instalação do Sistema Básico


 Começando a vida

Me mostre outra distro MultiArch na mesma iso e eu te dou uma paçoca sabor maconha

 Olha que coisa linda :3 como pode ver, temos algumas opções que são
Iniciar o sistema em 64 Bits
Iniciar o sistema em 32 Bits
Iniciar pelo HD
Rodar um teste de memória
Reiniciar e
Desligar


 Vamos a parte prática, se você tem 4 GB de ram ou mais, 64 Bits, se não 32, quer coisa mais simples que isso?


É uma bela distro @_@ não pera

 Você será jogado em uma belíssima 'tela preta' e já com o usuário root (pra poder fazer todas as coisas, sem restrições), se você der um ls vai ver que tem um arquivo .txt contendo toda a instalação do sistema nele,  em inglês, por si só, já podia te servir perfeitamente, mas, vamos lá.
PS: Se você quiser ver o conteúdo, use o nano, editor de texto em texto (oi).

A primeira parte de tudo, configurar a rede, eu uso cabeada, então, vamos aprender a usar a rede cabeada, rode um dhcpcd e, isso deve ser suficiente, para checar se está certinho, rode o comando
ping -c 3 www.google.com
ele vai fazer 3 acessos ao google e assim você saberá se está ou não com sua conexão rodando.
Agora, vamos preparar o ambiente de instalação, leia-se seu HD, como você é iniciante, recomendo fortemente que formate seu HD ANTES de instalar o arch, usando alguma outra distro em live cd ou alguma ferramente no próprio Windows, já que, como vocês podem ter percebido, o arch linux é totalmente em texto :) e usa o cfdisk para manipular partições, vejam:

Eu nunca confiaria em mim mesmo pra particionar um disco nisso, pela primeira vez
 No que ele diz “free space” quer dizer que não está alocado, selecione new e ele vai fazer uma partição, MAS não é só isso ok, ele vai alocar a partição, e não criar um sistema de arquivos nela (e se você tentar seguir a instalação, vai seguir de boa, mesmo com o HD sem sistema de arquivos, não vai iniciar, mas vai instalar), como resolver isso? Simples:
mkfs.reiserfs /dev/sda1
Explicando o comando, mkfs vai criar o sistema de arquivos, reiserfs é o sistema e /dev/sda1 é o seu disco, a primeira partição ok.
PS: Caso o teclado esteja em inglês (e ele vai estar), rode o comando loadkeys br-abnt2 para setar em abnt2 (nem percebe-se).


 Feito isso, nos resta agora, montar a partição em /mnt, com o comando
mount /dev/sda1 /mnt
É um comando sem saída ok, caso esteja tudo certo, ele não mostra nada, depois disso, simplesmente rode o script pacstrap, ele vai baixar todos os pacotes necessários para uma instalação base.
 Pacstrap base base-devel /mnt (é com p minúsculo ok, mas o libre office é viado)
Ele vai baixar cerca de 160 MB de arquivos, pacotes básicos e pacotes básicos para compilação de programas.


E viva o 3G :D


 Tentem ignorar o erro de rede, conexão instável do caralho .-.
Ainda na instalação básica, precisamos de um fstab, o que diabos é isso Pylm? É um arquivo, ele fica em /etc/fstab, é ele que diz ao sistema, onde estão as partições, swap e onde monta-las, basicamente, você pode gerar um com o seguinte comando:
genfstab -U -p /mnt > /mnt/etc/fstab
Isso ai já gera o arquivo baseado na tua atual situação de discos e manda pro lugar certo, bom, como vocês podem perceber, o sistema já está instalado! Mas, como também podem perceber, não instalamos o grub, não temos um usuário, estamos em um live CD, então, o que fazemos agora? Simples, chroot! Que diabos é isso Pylm? É a arte de acessar um sistema operacional, de outro sistema operacional, mas somente em linux e bsd ok, é como por exemplo, eu tenho o Manjaro instalado em uma partição, eu posso fazer um chroot nele e ficar usando o sistema e as coisas dele, aqui pelo meu atual Arch, para entrar em chroot, rode isso:
arch-chroot /mnt calculando-se que você tenha montado a partição em mnt é claro.
Com isso, nós estamos dentro do Arch Linux recém instalado e com acesso root :D
Agora vai da vontade de cada um, vamos configurar a hora, instalar o grub, botar algumas coisas pra rodar, configurar o local e tá feito, o resto (leia-se X) é opcional :)


Configurações

 Linguagem:
Isso vai fazer as coisas instaladas no sistema, darem preferência ao português ok, vamos editar o arquivo /etc/locale.gen que é totalmente comentado.
nano  /etc/locale.gen
Simplesmente descomente (tirar o # da frente) as linhas:
pt_BR.UTF-8 UTF-8
pt_BR ISO-8859-1

E opcionalmente, as linhas:
en_US.UTF-8 UTF-8
en_US ISO-8859-1

Se não fizer isso, alguns jogos vão acusar falta de caracteres na hora de iniciar, vão rodar certinho, mas com essa mensagem, então faça isso. Agora, rode um
local-gen
para atualizar tudo.

Continuando com a linguagem, vamos criar um arquivo:

echo LANG=pt_BR.UTF-8 > /etc/locale.conf
export LANG=pt_BR.UTF-8
Uma de cada vez ok.

Data e hora:
É bem simples, o sistema tem várias e várias e várias pre defiinições na pasta /usr/share/zoninfo, só precisamos criar um link com o nome localtime em /etc/, fazendo assim:
ln -s /usr/share/zoneinfo/America/Sao_Paulo /etc/localtime
A hora é bem simples, rode isso:
hwclock --systohc –localtime

Iniciando Serviços
Aparentemente, é de seu interesse ter a conexão iniciada a cada boot não é? Isso é absurdamente simples:
systemctl enable dhcpcd.service
E você terá sua conexão cabeada iniciando com o sistema.

Usuário:
Não sei se você lembra mas, não temos um usuário, é bem simples, o adicione com:
adduser pylm
Coloque uma senha com
passwd pylm
Adicione ao grub root com
gpasswd -a pylm root
passwd root para setar uma seha para o usuário root
Adicione também ao grupo audio, video e adm.

 Grub

 Chegamos a parte de instalar o Grub :D não sei se vocês lembra mas, não temos um gerenciador de inicialização pra iniciar o nosso sistema, lembram né? Ok, simplesmente rode isso, um por vez, vai gerar um intframs, que é um disco de ram inicial pra iniciar o resto do kernel, basicamente (vão na wikipédia seus vagabundos)
mkinitcpio -p linux
pacman -S grub os-prober
grub-mkconfig /boot/grub/grub.cfg

Ta feito, agora é só dar um exit e um reboot.


 Pós Instalação  - Ambiente Gráfico

 Antes de instalar o ambiente gráfico, seria interessante (e útil segundo a lei da vida) fazer a instalação do X
pacman -S xorg-server xorg-xinit

Vocês deveriam dar uma pesquisada e ver o que te agrada ok, nas prints acima tá rodando XFCE, que é o que eu vou mostrar aqui, simplesmente, no terminal, como root
pacman -S xfce4
Tem outros, se quiser o KDE
pacman -S kde ou pacman -S kdebase para uma instalação mais enxuta
Se quer o Gnome
pacman -S gnome ou pacman -S gnome-shell para instalação enxuta (leia-se, sem toda a biblioteca de programas dos ambientes)
Se quer o LXDE
pacman -S lxde
Ok, chega, e como eu inicio saporra no boot agora? Olha, depende, se escolher o gnome ou kde, eles tem um gerenciador de login próprio bonitinho, faça isso:
Gnome
systemctl enabe gdm
KDE
systemctl enable kdm
LXDE
systemctl enable lxdm
Se usar o XFCE, ele NÃO TEM um gerenciador de login ok, eu uso o slim, é estupidamente simples, instale o slim e configure seu .xinitrc, assim
pacman -S slim
E, o xinitrc fica na pasta /etc/skel/.xinitrc então, o mova para sua home com o cp
cp /etc/skel/.xinitrc ~/.xinitrc
O edite com o nano e descomente (tire o #) da linha
startxfce4
rode um systemctl enable slim para ele iniciar no boot, estamos na vida.


Driver de Vídeo

 Só vou ensinar os open source ok

ATI
pacman -S xf86-video-ati

NVIDIA
pacman -S xf86-video-nouveau

Intel
pacman -S xf86-video-intel intel-dri

Vmware
pacman -S xf86-video-vmware svga-dri

Outras
Pode-se usar o vesa, caso sua placa NÃO tenha um driver, ele tem uma performance ruim ok, já que tem que funcionar em praticamente tudo.
pacman -S xf86-video-vesa

Programas úteis que você provavelmente irá usar:
pacman -S gparted lxpolkit vlc libreoffice gimp chromium firefox udisks gedit steam unrar unzip unace p7zip evince feh
Depois, vai de gosto, é um básico bem básicão.





 Agora, saindo do vmware e indo para a máquina real, ai o meu Arch depois de um pouco de trabalho, rodando XFCE.

 Manual de Sobrevivência do Pacman

 A gente já usou e muito o pacman aqui, se você não sabe, não, não é o jogo icônico do “come come” mas sim o gerenciador de pacotes do Arch (come come pacotes :3) então, fiquem com um uso básico e calro, sempre em root:
pacman -S – instala pacotes
pacman -R – remove pacotes
pacman -Syy – atualiza repositórios
pacman -Syyu – atualiza repositórios e atualiza o sistema, lembre-se, é SEMPRE bom olhar o site, pode ter mudança grande no sistema.
pacman -Ss – busca pacotes nos repositórios
pacman -Rnsc – remove um pacote, levando junto tudo o que estiver ligado a ele, use com sabedoria
pacman -U – instala um pacote local
pacman -Sdd - instala um pacote sem suas dependências, saiba o que está fazendo antes de fazer ok.


 O Mundo AUR

 Você provavelmente já deve ter ouvido falar do aur, o arch user repository, o que seria ele? Ele é basicamente, o espaço livre pra comunidade, você escrever um PKGBUILD, manda pro AUR e pronto, o google chrome não está nos repositórios oficiais (mas o chromium está), o chrome está no aur, por que? Porque o aur é um lugar onde os mantenedores de repositórios pouquíssimo interferem, só se for detectado pacotes quebrados ou maliciosos. Como usar isso? Pode ser a modo antiga, acesse o site do aur, baixe o PKGBUILD e o tarball e de um makepkg PKGBUILD ou você pode usar o yaourt, o que diabos é isso? É basicamente, um gerenciador de pacotes, para o AUR, é um chamado aur helper, como eu instalo? Edite o arquivo /etc/pacman.conf e adicione o seguinte, no final do arquivo:
[archlinuxfr]
SigLevel = Never
Server = http://repo.archlinux.fr/$arch

Atualize a lista de repositórios e instale o pacote yaourt, não vou dar comandos prontos, se você leu, você sabe.
A utilização do yaourt é igual o pacman, vale uma coisa “exclusiva”
yaourt -G
baixa somente o PKGBUILD.
Um aviso, o yaourt compila alguns pacotes, ele mesmo recomenda a rodar como usuário normal, FAÇA ISSO porque, compilar pacotes pode root, tem chances de ser desastrozo.
Dicas Extras

O Arch segue a filosofia KISS, que significa, keep it simple stupid, mas não simples no sentido “tudo te ajuda, like a linux a mint”, não! Isso na verdade não ajuda, piora as coisas, a central de programas do ubuntu por exemplo, muitas vezes se recusa a instalar um .deb, isso pode ser facilmente feito pelo terminal, pra que complicar o que pode ser fácil? É isso ai.
Sempre, SEMPRE veja o site do Arch antes de realizar uma atualização, por que? A última atualização fez o desuso do /etc/sysctl.conf, então se você o modificava para fazer tweaks, terá que refazer tudo em /etc/sysctl.d* em .conf oriundos, caso você não tivesse lido sobre isso, estaria xingando o sistema por “não funcionar direito” pela sua própria preguiça de ver a mudança.
A wiki é sua vida, lembre-se disso, sério, não terá lugar melhor pra se pesquisar, se não a wiki.
PS: Artigos em inglês, algumas vezes são bem mais completos que os em português, você pode editar a wiki para postar conteúdo ou traduzir o existente.
O fórum do arch é bem parado, dê informações sobre seu problema, mas lembre-se de que, o fórum brasileiro é pouco visitado, o internacional me parece mais movimentado, mas nunca cheguei a fazer uso dele “pessoalmente”, só vi alguns tópicos para tirar dúvidas.
O arch usa o systemd, se caso você veja algum tópico caverna de 2009 e lá diga “coloque tal coisa no rc.onf” esqueça! Pois o rc.conf foi descontinuado no arch (ainda é usado no gentoo e outras várias distros) para dar lugar ao systemd, que é muito fácil, fizemos uso dele nesse tutorial, sua base é:
systemct enable para habilitar algo no boot
systemctl disable para desabilitar
systemctl start para iniciar algo agora.
O arch é segue a KISS como eu disse e, bem, coo perceberam, ele vem totalmente seco, não se assustem caso dê “wget comando não encontrado” e outras coisas assim, ele vem seco mesmo.
Uma dica extra, o uso do screenfetch, é um programa para terminal MUITO legal, ele da algumas informações atuais do sistema, veja:

 Lindo não? :3

E aqui, eu estou encerrando isso, espero que tenha sido útil a você, lembre-se, o arch não é um sistema pronto, você vai ter que molda-lo a seu gosto, isso é uma metadistribuição, pode ser usada tanto em server quanto em desktop quanto para dar uma nova vida a um velho netbook.

 Uma consideração, esse tutorial ai é antigo ok, eu tinha postado ele em um forum que eu visito bem antes de pensar em vir ao blogger e fazer essa porra aqui, então, peguem uma print do arch atual, não teve muitas mudanças, mas:


xeroso né :3

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